Implantado no coração da vila, na emblemática Rua Conselheiro Miguel Dantas, fronteiro ao jardim público, o Arquivo Municipal de Paredes de Coura (AMPCR), aberto ao público no dia 5 de Maio de 2008, pelo presidente da edilidade, António Pereira Júnior, está vocacionado para a preservação do património documental concelhio, de caráter histórico e administrativo.

O projeto de arquitetura, concebido pelos arquitetos Tiago Castro e Marta Monteiro, e respetivo apetrechamento implicou um orçamento de 1.1. milhões de euros, mediante comparticipação do ex-IAN/TT, fundos comunitários e verbas da Autarquia.

A criação do AMPCR resultou de uma candidatura ao Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais (PARAM), sob a coordenação do Arquivo Distrital de Viana do Castelo.

Neste sentido, compete ao Arquivo Municipal gerir toda a produção documental dos serviços da edilidade, bem como zelar pelos acervos com valor arquivístico existentes na esfera do Município, conforme consta do respetivo Regulamento, publicado no apêndice nº74, na II Série, nº 131, de 4 de Junho de 2004.

No singular edifício de arquivo cruzam-se dois tempos: o passado e o presente. Para valorizar o património construído foi remontada a antiga fachada da Casa do Couçoeiro, e ainda a capela, contígua, do senhor da Cana Verde.

Por esta via, reúne-se num único edifício toda a documentação que anteriormente se encontrava dispersa pela cave do edifício camarário, Casa dos Magistrados e antigo Quartel dos Bombeiros.

Dotado de cinco áreas de depósito, salas de recepção de documentos, higienização e limpeza, conservação e restauro, gabinetes técnicos e de um bloco inteiramente destinado ao público, que compreende uma ampla sala de leitura, recepção e instalações sanitárias, o novo serviço está também apetrechado com sistemas de climatização, anti-intrusão e contra-incêndio.

A documentação mais antiga remonta ao séc. XVI e encontra-se nos acervos provenientes das Juntas de Freguesia, que, mediante um projeto de colaboração em curso, estão a transferir os seus arquivos históricos para o AMPCR.

Convém ainda salientar os fundos da Câmara Municipal; Administração do Concelho; Arquivo privado da Casa do Outeiro; Arquivo da Santa Casa da Misericórdia; Arquivo privado de Miguel Dantas; Arquivo privado do Cónego Bernardo Chouzal; Arquivo da Colónia Agrícola da Boalhosa; acervos das escolas primárias do concelho, entre outros.

No campo da extensão educativa, estão a ser promovidas visitas guiadas aos estabelecimentos de ensino do concelho e a outras entidades locais que o solicitem, com o intuito de dar a conhecer os circuitos que compõem o edifício de arquivo e as suas funcionalidades.

Ainda no âmbito da extensão cultural, há outras iniciativas em curso como a concepção de exposições, promoção de conferências alusivas aos acervos, lançamento de livros, projetos pedagógicos, e outras ações, para estimular o conhecimento mais aprofundado sobre o concelho, de que é exemplo a "Aula de História".

A interação com a comunidade assume-se fulcral para este serviço, conforme atestam os constantes "Autos de Entrega" de documentos, sinal da valorização que os courenses conferem às suas raízes, bem como a participação nas diversas atividades.

O Arquivo Municipal de Paredes de Coura tem pautado a sua atuação em duas grandes vertentes: a salvaguarda do património documental concelhio com valor arquivístico, por forma a enriquecer e valorizar os acervos à sua guarda, partilhando, simultaneamente, os conteúdos desse espólio com os diferentes públicos.

Fruto de uma candidatura ao QREN, está agora dotado de equipamentos de digitalização, software de gestão de arquivo e armazenamento digital, o que lhe permitirá dar o salto para a criação do Arquivo on-line.

Refira-se ainda que o AMPCR integra desde a data da sua criação, em 2003, o Grupo de Trabalho dos Arquivistas do Alto Minho.

Para quantos pretendam estudar o concelho de Paredes de Coura, há outros arquivos onde encontrarão recursos informativos relevantes, designadamente o Arquivo Distrital de Viana do Castelo, o Arquivo Distrital de Braga e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo.